UNIVERSIDADE
FEDERAL DE CAMPINA GRANDE
CENTRO DE
SAÚDE E TECNOLOGIA RURAL
UNIDADE
ACADÊMICA DE ENGENHARIA FLORESTAL
PROGRAMA
DE PÓS-GRADUAÇÃO EM
CIÊNCIAS FLORESTAIS
JOSÉ
ADELMO NUNES LEITE
ANÁLISE
QUALI-QUANTITATIVA DA VEGETAÇÃO ARBUSTIVO-ARBÓREA DA CAATINGA EM TEIXEIRA-PB
Patos –
Paraíba – Brasil
Março/2010
JOSÉ
ADELMO NUNES LEITE
ANÁLISE QUALI-QUANTITATIVA
DA VEGETAÇÃO ARBUSTIVO-ARBÓREA DA CAATINGA EM TEIXEIRA-PB
Dissertação apresentada à Universidade Federal de Campina Grande, Centro
de Saúde e Tecnologia Rural, para à obtenção do Título de Mestre em Ciências Florestais ,
Área de Concentração Ecologia e Manejo dos Recursos Florestais
Orientador: Prof. Dr. Eder Ferreira Arriel
Coorientador: Prof. Dr. Lúcio Valério Coutinho de Araújo
Patos – Paraíba – Brasil
Março/2010
JOSÉ
ADELMO NUNES LEITE
ANÁLISE QUALI-QUANTITATIVA DA
VEGETAÇÃO ARBUSTIVO-ARBÓREA DA CAATINGA EM TEIXEIRA-PB
Dissertação apresentada à Universidade Federal de Campina Grande, Centro
de Saúde e Tecnologia Rural, para à obtenção do Título de Mestre em Ciências Florestais ,
Área de Concentração Ecologia e Manejo dos Recursos Florestais.
APROVADA EM:
____/_____/_____
Prof. Dr. Eder Ferreira Arriel
UAEF/CSTR/UFCG (Orientador)
Prof. Dr. Lúcia de
Fátima de Carvalho Chaves
DCFL/UFRPE (1o Examinador
- Externo)
Prof. Dr. Lúcio
Valério Coutinho de Araújo
UAEF/CSTR/UFCG (2o
Examinador)
FICHA CATALOGADA NA BIBLIOTECA SETORIAL DA UFCG - CAMPUS
DE PATOS
|
Especialmente
a Deus,
a
minha mãe, Maria do Carmo,
pelo
apoio e dedicação ,
principalmente
no desenvolvimento
deste
trabalho.
DEDICO
AGRADECIMENTOS
Aos orientadores,
Dr. Lúcio Valério Coutinho de Araújo e Dr.
Eder Ferreira Arriel, pela confiança, compreensão e profissionalismo que me
dispensaram na realização deste trabalho.
Aos professores:
Dr. Josuel A. da Silva e Dr. Izaque C. Mendonça, pela contribuição prestada.
À coordenação do
Programa, exercida por Dra. Joedla Rodrigues de Lima.
A todos que
colaboraram para a realização deste trabalho, José Evanaldo Rangel da Silva,
Fellipe Ragner Vicente de Assis, Severino Maurício Leite (Biu), Izabela Souza
Lopes e Antônio Tercio de Azevedo Souza.
Aos colegas:
Antônio Marcos, Gustavo, Tatiane, Débora, Juliana, Margarida, Gorete,
Priscilla, João Calixto Junior, Rosileudo, Chico Velho, Hélio, Ronaldo e Irenaldo.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 –
|
Localização do município de Teixeira no
Estado da Paraíba, Brasil.............
|
19
|
Figura 2 –
|
Imagem de satélite do município de
Teixeira-PB, novembro de 2008..........
|
20
|
Figura 3 –
|
Localização de parcelas amostrais para
estudo quali-quantitativo da vegetação no município de Teixeira-PB........................................................
|
21
|
Figura 4 –
|
Medição da circunferência na base (A) e na
altura do peito (B), de indivíduos arbóreos em uma área de caatinga, em
Teixeira-PB....................
|
22
|
Figura 5 –
|
Cobertura
vegetal do município de Teixeira-PB, novembro de 2008...........
|
27
|
Figura 6 –
|
Plantações de Daucus carota (cenoura) através de
irrigação (A) e A. sisalana, em
Teixeira-PB...............................................................................
|
28
|
Figura 7 –
|
Relação das
principais famílias botânicas com respectivos números de indivíduos,
município de Teixeira-PB...........................................................
|
31
|
Figura 8 –
|
Porcentagem de
espécies observadas, município de Teixeira-PB.................
|
32
|
Figura 9 –
|
Espécies com
maior número de indivíduos presentes na área amostrada, município de
Teixeira-PB..............................................................................
|
35
|
Figura 10 –
|
Porcentagem de
espécies presentes nas parcelas de estudo da vegetação no município de Teixeira-PB..............................................................................
|
35
|
Figura 11 –
|
Indivíduos amostrados com altura igual ou superior a
|
38
|
Figura 12 –
|
Espécies com
maior dominância, em estudo da vegetação no município de Teixeira-PB....................................................................................................
|
40
|
Figura 13 –
|
Espécies que
apresentaram maiores volumes, município de Teixeira-PB.....
|
42
|
Figura 14 –
|
Porcentagem de
indivíduos sadios, mortos e doentes, em estudo da vegetação no município de
Teixeira-PB........................................................
|
44
|
Figura 15 –
|
Porcentagem de
indivíduos mortos por espécie, na vegetação arbustivo-arbórea no município de
Teixeira-PB............................................................
|
44
|
Figura 16 –
|
Qualidade do
fuste: A = reto e B = com bifurcações de indivíduos arbustivo-arbóreos, na
caatinga do município de Teixeira-PB......................
|
45
|
Figura 17 –
|
Distribuição
percentual dos indivíduos por qualidade do fuste na vegetação
arbustivo-arbórea no município de Teixeira-PB...........................
|
46
|
Figura 18 –
|
Parcelas que
apresentaram os maiores valores de número de indivíduos, município de
Teixeira-PB..............................................................................
|
47
|
Figura 19 –
|
Imagem digital
com as parcelas que apresentaram os maiores valores de número de indivíduos,
município de Teixeira-PB.........................................
|
47
|
Figura 20 –
|
Parcelas que
apresentaram os maiores valores de área basal, município de
Teixeira-PB....................................................................................................
|
48
|
Figura 21 –
|
Imagem digital
das parcelas que apresentaram os maiores valores de área basal, município de
Teixeira-PB....................................................................
|
48
|
Figura 22 –
|
Parcelas que
apresentaram os maiores valores de volume cilíndrico, município de
Teixeira-PB..............................................................................
|
49
|
Figura 23 –
|
Imagem digital
das parcelas que apresentaram os maiores valores de volume cilíndrico,
município de Teixeira-PB................................................
|
49
|
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 –
|
Relação
florística das espécies arbustivo-arbóreas do Município de
Teixeira-PB..................................................................................................
|
28
|
Tabela 2 –
|
Índices de
diversidade florística, município de Teixeira-PB.......................
|
33
|
Tabela 3 –
|
Parâmetros
fitossociológicos das espécies amostradas no município de Teixeira-PB,
ordenadas pelo VI..................................................................
|
36
|
Tabela 4 –
|
Número de
árvores por espécie por estrato de altura (H) em metros, por PSA e por PSR,
município de Teixeira-PB.................................................
|
37
|
Tabela 5 –
|
Distribuição
da área basal por espécie, município de Teixeira-PB.............
|
39
|
Tabela 6 –
|
Distribuição volumétrica por classe de diâmetro e por hectare,
município de Teixeira-PB............................................................................................
|
41
|
Tabela 7 –
|
Distribuição volumétrica por espécie e por hectare, município de Teixeira-PB.................................................................................................
|
42
|
Tabela 8 –
|
Classificação do padrão de distribuição dos indivíduos das espécies
pelo índice de agregação de MacGuinnes (IGA)...............................................
|
50
|
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO......................................................................................................
|
11
|
2 REVISÃO DE LITERATURA.............................................................................
|
13
|
2.1 O Bioma caatinga............................................................................................
|
13
|
2.2 Caracterização florística da caatinga...............................................................
|
14
|
2.3 Caracterização fitossociológica da caatinga....................................................
|
15
|
2.4 Importância e uso da
caatinga.........................................................................
|
16
|
3 MATERIAL E MÉTODOS...................................................................................
|
19
|
3.1 Caracterização da área de
estudo....................................................................
|
19
|
3.2 Amostragem e coleta de
dados........................................................................
|
20
|
3.3 Caracterização
climática.................................................................................
|
24
|
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO...........................................................................
|
27
|
4.1 Avaliação
quantitativa.....................................................................................
|
27
|
4.1.1 Composição florística..................................................................................
|
27
|
4.1.2 Estrutura horizontal......................................................................................
|
33
|
4.1.3 Estrutura
vertical..........................................................................................
|
37
|
4.1.4 Distribuição da área
basal............................................................................
|
39
|
4.1.5 Distribuição volmétrica................................................................................
|
41
|
4.2 Avaliação qualitativa.......................................................................................
|
43
|
4.2.1 Vitalidade das espécies................................................................................
|
43
|
4.2.2 Qualidade do
fuste.......................................................................................
|
45
|
4.2.3 Distribuição dos parâmetros número de
indivíduos, área basal e volume...
|
46
|
4.2.4 Padrão de distribuição dos indivíduos.........................................................
|
50
|
5 CONCLUSÕES......................................................................................................
|
52
|
6 REFERÊNCIAS.....................................................................................................
|
53
|
LEITE, José Adelmo Nunes Leite. Análise quali-quantitativa da vegetação
arbustivo-arbórea da caatinga, em Teixeira-PB. Patos – PB: Universidade Federal de Campina Grande.
Centro de Saúde e Tecnologia Rural. 2010. 56p. (Dissertação: Mestrado em Ciências Florestais ).
RESUMO
A cobertura vegetal da região
semiárida do Nordeste brasileiro é compreendida pela caatinga, que é em grande
parte, determinada pelo clima e relevo. A região do município de Teixeira-PB apresenta
uma cobertura vegetal de caatinga
hiperxerófila de porte e densidade diferente das encontradas na Depressão
Sertaneja, motivada por uma maior umidade, e se encontra bastante alterada
tanto em função do cultivo do sisal, como de outros produtos da região. O
objetivo deste trabalho foi qualificar e quantificar os remanescentes
florestais do município de Teixeira-PB, por meio de técnicas de
geoprocessamento e inventário florestal. Teixeira-PB está localizado na
mesorregião do Sertão Paraibano e na microrregião da Serra do Teixeira, com
área de 182 km2. Para o mapeamento da vegetação nativa, foram
utilizadas imagens de satélites, referentes ao mês de novembro de 2008. Foi
realizado um inventário florestal com uso de amostragem por parcelas,
selecionadas sistematicamente, em um total de 40 unidades amostrais com
dimensões de 20 x 20 m .
Cada árvore foi identificada pelo seu nome popular e científico. Foram medidos
o CAP e a altura H. Atualmente, a cobertura vegetal no município de Teixeira-PB corresponde a uma área de 11.760,1 ha ,
correspondendo a 64,5% da área total do município. A vegetação arbórea
amostrada foi de 4.911 indivíduos, pertencentes a 46 espécies e 24 famílias, o
que corresponde a 3.069 indivíduos por hectare. A espécie que mais contribuiu
com número de indivíduos foi o Croton
sonderianus. As espécies com maior valor de importância (VI) foram: Croton sonderianus, Mimosa tenuiflora, Piptadenia
stipulacea, Manihot glaziovii, Mimosa ophtalmocentra, Myracrodruon urundeuva, Anadenanthera colubrina, Caesalpinia pyramidalis, Bauhinia cheilantha e Senna spectabilis. A área basal estimada
foi de 7,75 m2 .ha-1.
O volume total estimado foi de 44,89
m3 .ha-1. As áreas mais preservadas
encontram-se em regiões serranas, de difícil acesso. As famílias que mais se
destacaram foram Euphorbiaceae, Mimosaceae e Caesalpinaceae. Croton sonderianus foi a espécie com
maior número de indivíduos, maior valor de importância e maior área basal. A
maioria das espécies apresentou distribuição agregada.
Palavras chave: Caatinga. Caracterização
florística. Antropismo.
LEITE, José Adelmo Nunes Leite. Qualitative and quantitative
analysis of shrub-arboreal caatinga, in the municipality of Teixeira-PB. Patos
– PB: Universidade Federal de Campina Grande. Centro de Saúde e Tecnologia
Rural. 2010. 56 p.
(Dissertation: Master’s Degree in Forest Sciences).
ABSTRACT
The
vegetation of the semi-arid northeastern Brazil is understood by caatinga,
which is largely determined by climate and topography. The area of the
municipality of Teixeira-PB has a land cover of hyperxerophilous
shrub-arboreal caatinga which is different in size and density from those found in the
Sertaneja Depression, driven by increased humidity, which is very much altered
due to the cultivation of sisal, as well as other regional products. The work aims
to qualify and quantify the forest remaining in the municipality of
Teixeira-PB, through GIS techniques and forest inventory. Teixeira-PB
is located in the Paraíba backlands mesoregion and in the Serra do Teixeira
microregion, with an area of 182 km2. In order to
map native vegetation were used satellite images, related to the month of
November 2008. Forest inventory was carried out with the use of sampling plots,
systematically selected in a total of 40 samples with dimensions of 20 x 20 m . Each tree was
identified by its common and scientific names. We measured
the CAP and the height (H). Currently,
the vegetation cover in the municipality of Teixeira-PB corresponds to an area
of 11,760.1 ha ,
representing 64.5% of the total area of the municipality. The arboreal
vegetation was sampled from 4911 individuals belonging to 46 species and 24
families, corresponding to 3069 individuals per hectare. The species
which contributed with the larger number of individuals was the Croton sonderianus. The species
with highest importance value (IV) were: Croton
sonderianus, Mimosa tenuiflora, Piptadenia stipulacea, Manihot
glaziovii, Mimosa ophtalmocentra,
Myracrodruon urundeuva, Anadenanthera colubrina, Caesalpinia pyramidalis, Bauhinia cheilantha and Senna spectabilis. The basal area was estimated
at 7.75 m2 .ha-1. The total volume
was estimated at 44.89 m3.ha-1. The best
preserved areas are in mountainous regions, which are difficult to access. The families
that stood out were Euphorbiaceae, Mimosaceae and Caesalpinaceae. Croton sonderianus was the species with the greatest number
of individuals, the highest level of importance and greater basal area. Most species showed an
aggregated distribution.
Key
words: Caatinga. Floristic characterization. Anthropogenic.
LEITE, José Adelmo Nunes Leite. Análise quali-quantitativa da vegetação arbustivo-arbórea
da caatinga, em Teixeira-PB.
Patos – PB: Universidade Federal de Campina Grande.
Centro de Saúde e Tecnologia Rural. 2010. 56p. (Dissertação: Mestrado em Ciências Florestais ).
RESUMO
A cobertura vegetal da região
semi-árida do Nordeste brasileiro é compreendida pela caatinga, que é em grande
parte, determinada pelo clima e relevo. A região do município de Teixeira-PB apresenta
uma cobertura vegetal de caatinga
hiperxerófila de porte e densidade diferente das encontradas na Depressão
Sertaneja, motivada por uma maior umidade, e se encontra bastante alterada
tanto em função do cultivo do sisal, como de outros produtos da região. O
objetivo deste trabalho foi qualificar e quantificar os remanescentes
florestais do município de Teixeira-PB, por meio de técnicas de
geoprocessamento e inventário florestal. Teixeira-PB está localizado na
mesorregião do Sertão Paraibano e na microrregião da Serra do Teixeira, com
área de 182 km2. Para o mapeamento da vegetação nativa, foram
utilizadas imagens de satélites, referentes ao mês de novembro de 2008. Foi
realizado um inventário florestal com uso de amostragem por parcelas,
selecionadas sistematicamente, em um total de 40 unidades amostrais com
dimensões de 20 x 20 m .
Cada árvore foi identificada pelo seu nome popular e científico. Foram medidos
o CAP e a altura H. Atualmente, a cobertura vegetal no município de Teixeira-PB corresponde a uma área de 11.760,1 ha ,
correspondendo a 64,5% da área total do município. A vegetação arbórea
amostrada foi de 4.911 indivíduos, pertencentes a 46 espécies e 24 famílias, o
que corresponde a 3.069 indivíduos por hectare. A espécie que mais contribuiu
com número de indivíduos foi o Croton
sonderianus. As espécies com maior valor de importância (VI) foram: Croton sonderianus, Mimosa tenuiflora, Piptadenia
stipulacea, Manihot glaziovii, Mimosa ophtalmocentra, Myracrodruon urundeuva, Anadenanthera colubrina, Caesalpinia pyramidalis, Bauhinia cheilantha e Senna spectabilis. A área basal estimada
foi de 7,75 m2 .ha-1.
O volume total estimado foi de 44,89
m3 .ha-1. As áreas mais preservadas
encontram-se em regiões serranas, de difícil acesso. As famílias que mais se
destacaram foram Euphorbiaceae, Mimosaceae e Caesalpinaceae. Croton sonderianus foi a espécie com
maior número de indivíduos, maior valor de importância e maior área basal. A
maioria das espécies apresentou distribuição agregada.
Palavras chave: Caatinga, caracterização
florística, antropismo.
LEITE, José Adelmo Nunes Leite. Qualitative and quantitative
analysis of shrub-arboreal caatinga, in the municipality of Teixeira-PB. Patos
– PB: Universidade Federal de Campina Grande. Centro de Saúde e Tecnologia
Rural. 2010. 56 p.
(Dissertation: Master’s Degree in Forest Sciences).
The
vegetation of the semi-arid northeastern Brazil is understood by caatinga,
which is largely determined by climate and topography. The area of the
municipality of Teixeira-PB has a land cover of hyperxerophilous
shrub-arboreal caatinga which is different in size and density from those found in the Sertaneja
Depression, driven by increased humidity, which is very much altered due to the
cultivation of sisal, as well as other regional products. The work aims
to qualify and quantify the forest remaining in the municipality of Teixeira-PB,
through GIS techniques and forest inventory. Teixeira-PB
is located in the Paraíba backlands mesoregion and in the Serra do Teixeira
microregion, with an area of 182 km2. In order to
map native vegetation were used satellite images, related to the month of
November 2008. Forest inventory was carried out with the use of sampling plots,
systematically selected in a total of 40 samples with dimensions of 20 x 20 m . Each tree was
identified by its common and scientific names. We measured
the CAP and the height (H). Currently,
the vegetation cover in the municipality of Teixeira-PB corresponds to an area
of 11,760.1 ha ,
representing 64.5% of the total area of the municipality. The arboreal
vegetation was sampled from 4911 individuals belonging to 46 species and 24
families, corresponding to 3069 individuals per hectare. The species
which contributed with the larger number of individuals was the Croton sonderianus. The species
with highest importance value (IV) were: Croton
sonderianus, Mimosa tenuiflora, Piptadenia stipulacea, Manihot
glaziovii, Mimosa ophtalmocentra,
Myracrodruon urundeuva, Anadenanthera colubrina, Caesalpinia pyramidalis, Bauhinia cheilantha and Senna spectabilis. The basal area was estimated
at 7.75 m2 .ha-1. The total volume
was estimated at 44.89 m3.ha-1. The best
preserved areas are in mountainous regions, which are difficult to access. The families
that stood out were Euphorbiaceae, Mimosaceae and Caesalpinaceae. Croton sonderianus was the species with the greatest number
of individuals, the highest level of importance and greater basal area. Most species showed an
aggregated distribution.
Key
words: Caatinga. Floristic characterization. Anthropogenic.
1 INTRODUÇÃO
A caatinga é a vegetação predominante na região Nordeste, cobrindo 54,53%
dos 1.548.672 km2 da área da região (SANTANA e SOUTO, 2006), sendo o
maior e mais importante ecossistema na região Nordeste do Brasil, também chamada
mata seca ou mata branca (ARAÚJO, 2007).
Ocupa cerca de 11% do território brasileiro (ANDRADE et al., 2005), sendo formada por um
mosaico de arbustos espinhosos e florestas sazonais secas, que cobre a maior
parte dos estados do Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco,
Alagoas, Sergipe, Bahia e a parte nordeste de Minas Gerais (LEAL et al., 2005).
O semiárido do nordeste brasileiro ocupa 788.064 km2 e se
caracteriza por precipitações erráticas no tempo e no espaço, especialmente em
áreas mais secas (RODAL et al.,
2003). Sendo assim, a região Nordeste do Brasil tem a sua maior parte ocupada
por este tipo de vegetação, que apresenta uma vegetação xerófila, de fisionomia
e florística variada (RAMALHO et al.,
2009). Segundo Fabricante e Andrade (2007), o bioma caatinga é considerado uma
das 37 grandes regiões geográficas do planeta, possuindo a vegetação mais
heterogênea dentre os biomas brasileiros. Apesar disso, este bioma é
vislumbrado pela sociedade humana como sendo possuidor de uma paisagem monótona
e pouco diversificada (FERREIRA et al.,
2007), sendo considerado muito importante do ponto de vista biológico, por ser
um dos poucos que tem distribuição restrita ao Brasil, apresentando fauna e
flora únicas, formadas por uma vasta biodiversidade (FRANCA-ROCHA et al., 2007).
De acordo com Rodal et al.
(2008), sua variada cobertura vegetal está, em grande parte, determinada pelo
clima, relevo e embasamento geológico que, em suas múltiplas interrelações,
resultam em ambientes ecológicos bastante variados. Santana e Souto (2006)
relatam que a grande extensão, os tipos de clima e solo e a multiplicidade nas
formas de relevo do semiárido, que se traduz em diferentes paisagens, como os
vales úmidos, as chapadas sedimentares e as amplas superfícies pediplanadas,
explicariam a razão da flora possuir tão alto grau de variabilidade.
Esse ecossistema é muito importante do ponto de vista biológico,
apresentando fauna e flora únicas, formadas por uma vasta biodiversidade, rica
em recursos genéticos (FRANCA-ROCHA et al.,
2007). Levantamentos
florísticos na caatinga indicam que estas áreas apresentam uma extraordinária
diversidade florística e um grande número de espécies endêmicas (RAMALHO et al., 2009).
Para Leal et al. (2007), sua formação vegetal apresenta
características adaptativas bem definidas: árvores baixas e arbustos que, em
geral, perdem as folhas na estação das secas (espécies caducifólias), além de
muitas cactáceas. Em termos de vegetação brasileira, a classificação
hierárquica ainda não está completamente delineada (ALCOFORADO-FILHO et al., 2003). Lopes et
al. (2009) relatam que é mais prático
considerar basicamente duas fitofisionomias: caatinga arbórea e caatinga
arbustiva, entretanto as descrições pormenorizadas e cuidadosas devem ficar a
cargo de cada pesquisador, quando as peculiaridades dos locais estudados assim
o exigirem. A caatinga
arbórea está restrita às manchas de solos ricos em nutrientes. As
florestas mais úmidas, chamadas de brejos de altitude, estendem-se sobre
encostas e topos de chapadas e serras com mais de 500 m de altitude (LEAL et al., 2005).
Em relação ao meio ambiente, os maiores problemas associados ao semiárido
são o elevado grau de degradação ambiental e o baixo conhecimento quantitativo
e qualitativo de sua biodiversidade. Sendo assim, algumas das linhas de
pesquisa que devem ser priorizadas são aquelas voltadas para um melhor
conhecimento da biodiversidade e do seu uso pelas populações locais (ARAÚJO,
2007). Em relação à ação antrópica, Lopes et
al., (2009) destacam que quanto menor for a área florestada, mais graves
serão os impactos da ação antrópica sobre os mesmos, muitas vezes tornando
inviável a sua conservação. Em termos de unidades de conservação, oficialmente
5,3% da caatinga estão protegidos (LEAL
et al., 2007).
Rodal et al. (2008) afirmam que
a maioria dos trabalhos não define de forma clara a questão do grau de
perturbação das variações fisionômicas dessa vegetação. Araújo (2007) destaca que
é necessário continuar desenvolvendo levantamentos que possam identificar todas
as espécies da caatinga, seus padrões de distribuição, bem como as relações com
os fatores ambientais, proporcionando subsídios para que se possam distinguir
os diferentes tipos de caatinga e suas correlações.
Portanto, este trabalho teve como objetivo qualificar e quantificar os remanescentes florestais do município de
Teixeira-PB, por meio de técnicas de geoprocessamento e inventário florestal.
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 O Bioma Caatinga
A região Nordeste compreende uma área de 1.548.672 km2, dos
quais 54,53% são cobertos pela caatinga, o que corresponde a 844.435 km2
(IBGE, 2007). O bioma caatinga está compreendido entre os paralelos 2º 54’ S a 17º 21’ S e envolve áreas dos
Estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, o
sudeste do Piauí, partes do interior da Bahia e do norte de Minas Gerais
(ANDRADE et al., 2005).
O clima semiárido possui elevado potencial de evapotranspiração, em torno
de 1.500 a
2.000 mm
por ano, com precipitação variando de 300 a 1000 mm por ano, cujas chuvas se concentram em
três meses consecutivos (SILVA, 2005). A
umidade relativa do ar mantém-se em torno de 60% na época chuvosa e cai para
40% na época da estiagem (ARAÚJO, 2007).
A cobertura vegetal da região semiárida está, em grande parte,
determinada pelo clima, relevo e embasamento geológico que, em suas múltiplas
correlações, resultam em ambientes ecológicos bastante variados (RODAL et al., 2008).
Ab’Sáber (2008) relata que as caatingas nordestinas têm combinações de
espécies xerofíticas, conforme as diferentes sub-regiões pedológicas e
climáticas regionais. Ocorrem caatingas arbustivas herbáceas em setores de
solos rasos e de média altitude (400 - 450 metros ). Em setores
rochosos, encontram-se caatingas de arboredos de folhas miúdas e espinhentas,
entremeadas por cactáceas. Nos lajedos, entretanto, encontram-se localmente
todos os tipos de cactos existentes na região, tais como Cereus jamacaru
(mandacaru), Pilosocereus gounellei (xique-xique)
e Melocatus bahiensis (coroa-de-frade),
intercaladas com Eryngium horridum (caraguatás).
A caatinga, assim como as demais florestas do mundo, está sofrendo um
processo de diminuição de sua área. De acordo com Trovão et al. (2004a), esta vegetação também passa por um extenso processo
de devastação ambiental, ainda de forma mais grave por ser um ecossistema menos
valorizado, uma vez que, até anos recentes, era considerada pobre em diversidade. Apenas
na última década, passou-se a estudá-la mais detalhadamente. Lacerda et al. (2007) relatam que, nas regiões
semiáridas, crescem os índices de devastação e degradação dos recursos naturais
e que a vegetação nativa foi largamente dizimada para dar lugar, por exemplo, à
atividade agropastoril. Santana e Souto (2006) destacam que esse tipo de exploração
em um ambiente tão pouco conhecido e complexo poderá levar o mesmo a um
processo irreversível de degradação.
Segundo Silva (1994), no Estado da Paraíba, a cobertura florestal também
se reduziu drasticamente nos últimos 20 anos, em favor da expansão das fronteiras
agropecuárias. Teles et al. (2006) relatam
que, no caso da Paraíba, o setor florestal tornou-se uma alternativa de renda
para a população rural, passando a ser um segmento econômico importante,
gerando cerca de 48.000 empregos diretos e indiretos.
A vegetação do estado da Paraíba apresenta uma grande variabilidade de
acordo com cada região. Lacerda et al.
(2005) destacam que o Estado da Paraíba é caracterizado por apresentar a zona
semiárida como sendo a mais extensa em área, com 43.555 km2 (77,3%
do total do Estado). As regiões do Planalto da Borborema e a região do Sertão
se caracterizam por uma vegetação de Caatinga. Segundo Ab’Sáber (2008), na
Borborema, que é uma espécie de “maciço central” do Nordeste, em posição
recuada para leste, ocorrem matas de encostas na vertente leste e na sudeste do
platô cristalino. Em alguns casos, a umidade vinda do sudeste e leste contribui
para o desenvolvimento de matas de cimeira, de encosta e de piemonte. Da Serra
de Teixeira para a depressão colinosa da cidade de Patos, acontece um esquema
similar: mata de serra úmida, passando à caatinga de encosta, até as colinas do
Alto Sertão da Paraíba, com os magníficos inselbergs.
Trovão et al. (2009) afirmam
que, embora existam boas estimativas sobre a taxa de perda de áreas
remanescentes para as outras formações vegetais, não há uma quantificação
oficial e precisa das áreas remanescentes dos ecossistemas de caatinga em áreas
serranas, com exceção de alguns trabalhos pontuais.
Na região do município de Teixeira-PB, de acordo com CPRM (2005), a
vegetação é do tipo Matas-Serranas. Santos
et al. (2007) destacam que, na
região, reflete uma cobertura vegetal de Caatinga hiperxerófila de porte e
densidade diferentes das encontradas na Depressão Sertaneja, motivada por uma maior
umidade, que se encontra bastante alterada tanto em função do cultivo do sisal,
como de outros produtos da região. As cactáceas são menos expressivas,
destacando-se, ainda, a presença de Pilosocereus
pachycladus (facheiro).
2.2 Caracterização florística da caatinga
A caatinga apresenta inúmeras
tipologias, com formações xerófilas lenhosas, decíduas, em geral, espinhosas,
com presença de plantas suculentas e estrato herbáceo estacional, além de uma
ampla variação florística (SANTANA e SOUTO, 2006). Apresenta três estratos
distintos, arbóreo, arbustivo e herbáceo, havendo predominância de plantas
caducifólias e aculeadas (LIMA, 2009). De acordo com Rocha et al. (2007), estima-se que, pelo menos, 932 espécies de vegetais
já foram registradas para a região, das quais 380 são endêmicas.
Segundo Rizzini (1997), as
principais espécies utilizadas da Caatinga são a Licania rígida Benth. (oiticica), Ziziphus joazeiro Mart. (juazeiro), Caesalpina pyramidales Tul. (catingueira), Croton sonderianus (marmeleiro), Aspidosperma pyrifolium Mart. (pereiro), Anadenanthera colubrina (Vel.) Brenan (angico), Mimosa tenuiflora (jurema-preta), entre
outras.
O xerofilismo expressa uma
condição de sobrevivência ligada a um ambiente seco, ecologicamente com
deficiência hídrica. Esta condição selecionou uma vegetação singular, cujos
elementos florísticos expressam morfologia, anatomia e mecanismo fisiológico
convenientes para resistir ao ambiente xérico (FERNANDES, 1992 apud LEITE,
2002). Tais particularidades levaram a uma diversidade de variações
fisiológicas e comportamentais das espécies existentes no local, ao longo da
evolução, que garantem sua sobrevivência a partir de uma melhor adaptação e
aquisição de recursos do ambiente (FREIRE et
al., 2003).
As altas temperaturas, os solos
crestados (queimados) e as plantas, em geral, retorcidas são elementos
indissociáveis da paisagem da caatinga, com grande variedade de aspectos em sua
composição heterogênea (ARAÚJO, 2007).
De acordo com Carvalho et al. (2007), sob diversos aspectos, é
um bioma pouco valorizado, encontrando-se atualmente bastante degradado, em
virtude do uso não-sustentado de seus recursos. Levando-se em consideração que
a maior parte da área dos estados da Paraíba e Rio Grande do Norte está dentro
dessa unidade de paisagem, ainda são poucos os trabalhos de florística e
fitossociologia realizados (SILVA, 2005).
Andrade et al. (2005) relatam que as alterações na caatinga tiveram início
com o processo de colonização do Brasil, inicialmente, como consequência da
pecuária bovina, associada às práticas agrícolas rudimentares. Ao longo do
tempo, outras formas de uso foram sendo adotadas, como o aumento da extração de
lenha para produção de carvão.
A exploração da caatinga tem como
finalidade básica a produção de energia, na forma de lenha e carvão vegetal.
Além disso, várias espécies são utilizadas como forragem (ARAÚJO et al., 2004).
2.3 Caracterização fitossociológica da
caatinga
As caatingas apresentam inúmeras
tipologias, traduzidas em adaptações e mecanismos de resistência ou tolerância
às adversidades climáticas (SANTANA e SOUTO, 2006). Essa vegetação é
essencialmente heterogênea, no que se refere à fitofisionomia e à estrutura,
tornando difícil a elaboração de esquemas classificatórios (ANDRADE, et al. 2005). Essa variação da caatinga,
aliada ao pouco número de trabalhos científicos realizados na área, até bem
pouco tempo resultou em um desconhecimento generalizado dos vários aspectos
dessa vegetação (FERREIRA et al.,
2007).
A observação fenológica, obtida
de forma sistemática, reúne informações sobre o estabelecimento de espécies e
período de crescimento (FREIRE et al.,
2003). A análise das características silviculturais, condições biológicas,
composição florística e estrutura das florestas proporcionam uma base firme para
a tomada de decisões sobre os métodos e técnicas apropriadas para serem usadas
em futuras ações de manejo (ARAÚJO, 2007).
De acordo com Souto (2006), em
virtude das condições climáticas, a vegetação endêmica da caatinga é
ramificada, com um aspecto arbustivo, tendo folhas pequenas ou modificadas em
espinhos, de modo a evitar a evapotranspiração, ocorrendo a perda de folhas na
época seca. É uma mistura de estratos herbáceo, arbustivo e arbóreo de pequeno
porte, tortuosa, espinhenta e muito resistente a secas. Apresenta uma grande
biodiversidade, com espécies de portes e arranjos fitossociológicos variados.
Botanicamente, a caatinga
constitui-se de um conjunto de formações arbustivo-arbóreas, com predominância
de espécies da família Leguminosae, às vezes associada a Euphorbiaceae e
Cactaceae. Fitossociologicamente, a densidade, frequência e dominância das
espécies são determinadas pelas variações topográficas, tipo de solo e
pluviosidade. Não existe uma lista completa para as espécies da caatinga,
encontradas nas suas mais diferentes situações edafoclimáticas (agreste,
sertão, cariri, seridó, carrasco, entre outros), em trabalhos qualitativos e
quantitativos sobre a flora e vegetação da caatinga (DRUMOND et al., 2000).
2.4
Importância e uso da caatinga
O aproveitamento da caatinga como
pastagem nativa foi o principal fator de ocupação do semi-árido, sendo ainda
hoje o principal suporte da pecuária. Apesar da importância da pecuária para a
zona seca, as primeiras atenções dos pesquisadores foram devotadas à agricultura
propriamente dita, por razões óbvias de cunho social (ALBUQUERQUE, 2004).
No entanto, Teles (2005) relata
que quase todo o semiárido apresenta problemas estruturais quanto à
sustentabilidade dos processos produtivos, devido, principalmente, à questão
relativa ao déficit hídrico. Segundo Trovão et
al. (2004b), a insuficiência hídrica é uma característica marcante dos solos
sob fisionomia de caatinga a que as espécies vegetais estão condicionadas.
Destaca-se, ainda, o consumo de
biomassa vegetal, em que segundo Teles (2005), várias espécies da caatinga vêm
sendo utilizadas como insumo energético para geração de energia térmica, além
de seu uso como estacas e madeireiro.
Inventários florestais da região
demonstram estoque lenheiro variando entre 7 a 100 m3 .ha-1 de lenha. Como fonte
madeireira, para a produção de lenha, carvão e estacas, destaca-se Anadenanthera macrocarpa (angico), Piptadenia obliqua (Pres.) Macbr. (angico
de bezerro), Caesalpinia microphyla (catingueira
rasteira), Tabebuia spongiosa (sete-cascas),
Myracrodruon urundeuva Engl. (aroeira),
Schinopsis brasiliensis Engl. (baraúna),
Mimosa tenuiflora (Willd.) Poiret (jurema
preta), Tabebuia impetiginosa (Mart.
ex DC.) Standl. (pau d’arco), Caesalpinia
pyramidalis Tul. (catingueira), Mimosa
caesalpiniifolia Benth. (sabiá) e Commiphora
leptophloeos Engl. (umburana), dentre outras (DRUMOND et al., 2000).
Leal et al. (2007) afirmam que o uso insustentável dos recursos naturais
da caatinga, por meio da combinação da atividade agrícola, pecuária, extrativismo
e pressão populacional, tem levado a uma rápida perda de espécies endêmicas, à
alteração de processos ecológicos chaves e à formação de núcleos de
desertificação na região, o que aumenta a necessidade de estratégias de
conservação deste bioma. Além disso, Teles et
al. (2006) afirmam que a necessidade de energia térmica oriunda da biomassa
vegetal para os setores industrial, comercial e domiciliar, torna-se uma
preocupação efetiva, pois tem ocorrido, na paisagem natural, um déficit acentuado
de reposição de vegetal. Desse modo, para Araújo (2007), a caatinga é uma
formação vegetal altamente ameaçada, que está envolvida pela ideia de
improdutividade, segundo a qual seria uma fonte menor de recursos naturais.
De acordo com dados obtidos em
levantamento realizado pela SUDEMA (2004), no Estado da Paraíba, anualmente,
são consumidos 71.339,20 tep/ano de carvão vegetal, o que equivale a 113.236,87
toneladas de carvão vegetal. Para a obtenção desta quantidade de carvão vegetal,
é necessário transformar cerca de 792.658,06 toneladas de lenha, as quais
somadas às 335.636,78 toneladas de lenha (102.743,86 tep/ano), que são
utilizadas diretamente nas operações de cocção dos alimentos, totalizam um
consumo anual da ordem de 1.128.294,84 toneladas de lenha.
Com relação ao município de
Teixeira-PB, a caatinga passou por várias explorações no passado,
principalmente com a cultura do agave para exploração do Agave sisalana Perr. (agave), para o uso da terra com a agricultura
e, em seguida, com a horticultura irrigada. A exploração dessa vegetação, com a
finalidade energética no município, ainda está presente, tanto para produção de
carvão vegetal quanto para lenha em padarias e residências, além de estacas e
mourões.
Levantamento realizado pela
Superintendência de Administração do Meio Ambiente (SUDEMA) do Estado da
Paraíba, o consumo de energéticos florestais do município de Teixeira-PB,
tomado como ano base 2002, corresponde a 8.102,66 toneladas de carvão vegetal
por ano (5.104,68 tep/ano), o que equivale a 56.718,62 toneladas por ano de
carvão equivalente a lenha; e o consumo de lenha é de 18.532,02 toneladas por
ano, totalizando um consumo de 75.250,64 toneladas de lenha por ano (SUDEMA, 2004).
3 MATERIAL
E MÉTODOS
3.1 Caracterização da área de estudo
A região de estudo compreende o
município de Teixeira-PB, localizado na mesorregião do Sertão Paraibano e na
microrregião da Serra do Teixeira. O município possui área de 182 km2
e população de 14.177 habitantes (IBGE, 2009). Sua sede está situada a 768 m de altitude, e suas coordenadas geográficas situam-se entre 37º 08' 22” a 37º 25' 33” Longitude Oeste e 07º 11’ 10” a 07º 21’ 23” Latitude Sul. Limita-se, ao Norte, com os municípios de
São José do Bonfim e Cacimba de Areia; ao Sul, com o estado de Pernambuco; ao
Oeste, com os municípios de Maturéia e Mãe d’Água; e a leste, com Cacimbas e
Desterro (Figura 1).
Figura 1 – Localização do
município de Teixeira no Estado da Paraíba, Brasil. (Fonte: Wikipédia.org.)
Segundo a CPRM (2005), o
município de Teixeira possui clima Aw’-Quente úmido, com chuvas de verão e
outono. De acordo com a divisão do Estado em regiões bioclimáticas, Teixeira se
enquadra no bioclima 4ath-Tropical quente, de seca acentuada, com 7 a 8 meses secos, com temperatura
média anual entre 23ºC a 24ºC e pluviometria média anual de 714,6 mm , com distribuição
irregular, sendo que 82% de seu total concentra-se em 04 meses, de janeiro a
abril. O relevo varia de ondulado a fortemente ondulado, com cotas que variam
de 630 m ,
como ocorre na porção sudeste, até cotas mais elevadas e superiores a 750 m , atingindo 960 m , como acontece ao
norte, nas serras do Teixeira. De acordo com Santos et al. (2007), os solos da região de Teixeira pertencem à classe de
solos Litólicos Eutróficos, pouco desenvolvidos, com horizonte A fraco, textura
média e muito rasa, e Cambissolos, associados a solos Litólicos. Nestes solos,
reflete uma cobertura vegetal de caatinga hiperxerófila.
A principal atividade econômica do
município de Teixeira é a agropecuária. O principal suporte da economia está
concentrado mais no setor Primário, cuja participação situa-se na faixa de 25,1 a 50% (SANTOS et al, 2007). Na agricultura,
destacam-se as plantações de milho, feijão e mandioca. Na pecuária, a criação
de bovinos e caprinos e, na avicultura, a criação de galináceos, com produção
de ovos (CPRM, 2005).
3.2. Amostragem e coleta de dados
Para o mapeamento da vegetação
nativa, foram utilizadas imagens de satélites, as quais serviram de apoio para
quantificação da vegetação, que foi dividida nas seguintes etapas:
processamento digital das imagens, classificação temática e quantificação da
vegetação.
A imagem utilizada foi obtida do
Satélite HRC CBERS-2B, (China-Brasil Earth Resours Sattelite) referente ao mês
de novembro de 2008, que foi processada e tratada com o auxílio do software
IDRISI®, versão 14.0 no Laboratório de Fotointerpretação do Centro
de Saúde e Tecnologia Rural da Universidade Federal de Campina Grande, Patos-PB
(Figura 2).
Figura 2 – Imagem de satélite do município de
Teixeira-PB, novembro de 2008. (Fonte: HRC CBERS-2B)
Os cálculos das áreas de
vegetação foram efetuados por meio de mapas digitais, atualizando-se a
vegetação de acordo com os diferentes estratos. Definindo-se as áreas de cobertura
vegetal e as de ação antrópica, foi realizado um inventário florestal, com uso
de amostragem por parcelas, distribuídos, sistematicamente, em um total de 40
unidades amostrais, com dimensões de 20 x 20 m , totalizando 16.000 m2 de
área amostral da cobertura vegetal nativa. Foram estabelecidas distâncias entre
parcelas de 1 km
no sentido Norte-Sul e 2,5 km
Leste-Oeste (Figura 3). Considerando-se a impossibilidade de mensurações nas
unidades previamente definidas, obedeceu-se a um
padrão quando da necessidade de deslocamento, ou seja, estas foram deslocadas 0,5 km no sentido Norte.
Figura 3 – Localização
de parcelas amostrais para estudo quali-quantitativo da vegetação no município
de Teixeira-PB
Cada árvore foi identificada pelo
seu nome popular e científico. Foram amostrados todos os indivíduos inseridos
nas parcelas, com DAP maior ou igual a 10 cm , onde foram medidos o CAP (circunferência
na altura do peito, em cm, a 1,30
m do nível do solo) com o auxílio de uma fita métrica,
que foi posteriormente convertido em DAP (diâmetro na altura do peito) e a
altura total H (em m), utilizando-se baliza graduada até 4 metros , sendo estimadas
as alturas acima deste valor (Figura 4).
Para caracterizar a estrutura da
vegetação, foram calculados, para cada espécie, os parâmetros fitossociológicos:
Densidade Relativa; Frequência Relativa; Dominância Relativa; Valor de
Importância (VI) e Índice de Diversidade de Shannon (H’).
|
|
Figura
4 – Medição da circunferência na
base (A) e na altura do peito (B), de indivíduos arbóreos amostrados em uma
área de caatinga, em Teixeira-PB (LEITE, J.N.L., 2009)
Os cálculos dos parâmetros
fitossociológicos e área basal foram feitos utilizando-se o software Mata
Nativa©. Seguindo as seguintes expressões (LAMPRECHT, 1964; FINOL,
1971; MUELLER-DUMBOIS; BROWER e ZAR, 1984, ELLENBERG, 1974) apud (ARAÚJO,
2007).
•
Densidade Relativa
em que: DRi = Densidade relativa
(%);
DA = Densidade absoluta.
•
Dominância Relativa
em que: DoR = Dominância relativa
(%);
AB = Área basal da família ou espécie.
em que:
(D = diâmetro)
•
Frequência Relativa
em que: FR = Freqüência relativa (%);
FA = Frequência absoluta.
•
Valor de Importância
em que: DR = Densidade relativa (%);
DoR = Dominância relativa (%);
FR = Frequência relativa (%).
•
Índice de diversidade de Shannon (H’)
em que:
N = número total de indivíduos
amostrados;
ni = número de indivíduos amostrados da
i-ésima espécie;
S = número de espécies amostradas;
ln = logaritmo de base neperiana (e).
- Índice de Simpson
(C)
O Índice de dominância de
Simpson mede a probabilidade de 2 (dois) indivíduos, selecionados ao acaso na
amostra, pertencem à mesma espécie (BROWER & ZARR, 1984).
Uma comunidade de espécies
com maior diversidade terá uma menor dominância.
O valor estimado de C varia
de 0 (zero) a 1 (um), sendo que, para valores próximos de um, a diversidade é
considerada maior.
; C = 1 - l
em que:
l = é a medida de
dominância;
C = índice de
dominância de Simpson;
ni = número de
indivíduos amostrados da i-ésima espécie;
N = número total de
indivíduos amostrados;
S = número de espécies amostradas.
- Índice de Equabilidade de Pielou
O índice de Equabilidade
de Pielou pertence ao intervalo [0,1], em que 1 representa a máxima
diversidade, ou seja, todas as espécies são igualmente abundantes.
em que:
J' = índice de
Equabilidade de Pielou;
H' max = ln (S) =
diversidade máxima;
S = número de
espécies amostradas = riqueza.
- Coeficiente de Mistura de Jentsch (QM):
O “Coeficiente de Mistura
de Jentsch” (HOSOKAWA, 1988) dá uma ideia geral da composição florística da
floresta, pois indica, em média, o número de árvores de cada espécie que é
encontrado no povoamento. Dessa forma, tem-se um fator para medir a intensidade
de mistura das espécies e os possíveis problemas de manejo, dadas as condições
de variabilidade de espécies.
em que:
S = número de
espécies amostradas;
N = número total de
indivíduos amostrados.
Quanto mais próximo de 1
(um) o valor de QM, mais diversa é a população.
As espécies foram classificadas,
de acordo com sua vitalidade, em sadia, doente ou morta; de acordo com a
qualidade do fuste, como 1) totalmente reto, sem defeitos e sem bifurcações, 2)
ligeiramente torto ou com poucos defeitos, sem bifurcações e 3) muito torto,
com defeitos graves e com bifurcações.
O cálculo do Índice de MacGuinnes
(IGA) foi feito utilizando-se o software Mata Nativa©. Seguindo a
seguinte expressão:
•
Índice de MacGuinnes
Sendo: Di = ni/ut; di = ln(1 – fi);
fi = ui/ut
em que:
IGAi = Índice de MacGuinnes para a i-ésima espécie;
Di = densidade observada da i-ésima espécie;
di = densidade esperada da i-ésima espécie;
fi = frequência absoluta da i-ésima espécie;
ln = logaritmo neperiano;
ni = número de indivíduos da i-ésima espécie;
ui = número de unidades amostrais em que a
i-ésima espécie ocorre;
ut = número total de unidades amostrais.
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 Avaliação quantitativa
4.1.1 Composição florística
Atualmente, a cobertura vegetal no município
de Teixeira-PB corresponde a uma área de 11.760,1 ha ,
correspondendo a 64,5% da área total do município. Com relação às áreas que
sofreram antropização, estas correspondem a 6.008,9 ha , o que
representa 32,9% (Figura 5). E 506,5 ha equivalem às
áreas ocupadas por zona urbana, corpos d’água e rodovias que cortam o
município. É importante salientar que não foram estimadas as estradas vicinais.
Figura 5 – Cobertura vegetal do
município de Teixeira-PB, novembro de 2008
As áreas onde se observa maior devastação são aquelas próximas aos
mananciais, como os açudes São Francisco, Poços e Sabonete, que se apresentam
ocupadas por hortaliças e culturas irrigadas, e as utilizadas para agricultura
de subsistência, principalmente em locais de relevo menos acidentado.
As principais culturas agrícolas, praticadas em grande parte do município,
são de agricultura de subsistência, como: milho, feijão, batata e mandioca,
cultivadas em períodos chuvosos, entre os meses de janeiro e maio, além de espécies
frutíferas, como caju e pinha; e
horticultura irrigada, a exemplo de cenoura e tomate. Entretanto, no
município, principalmente, no período de 1930 a 1980, a principal cultura foi a do Agave sisalana (agave), para obtenção de
fibras, espécie que dominava grandes áreas antrópicas, principalmente aquelas
localizadas em serras de relevo fortemente acentuado. Com a decadência desta
cultura, as áreas foram abandonadas, dando início à regeneração da vegetação, mas
ainda se encontram vestígios de plantações de agave.
As regiões mais preservadas se encontram em áreas serranas, de difícil
acesso e relevo acidentado, impróprias para agricultura, embora nestes locais,
ainda se encontrem vestígios de A.
sisalana, indicando que, nestas áreas, já ocorreu ação antrópica (Figura 6).
|
|
Figura 6 – Plantações
de Daucus carota (cenoura) através de
irrigação (A) e Agave sisalana, em
Teixeira-PB (LEITE, J.A.N., 2009)
A vegetação arbórea amostrada foi de 4.911 indivíduos, pertencentes a 46
espécies e 24 famílias (Tabela 1), o que corresponde a 3.069 indivíduos por
hectare.
Santana e Souto (2006), realizando estudo fitossociológico da caatinga,
na Estação Ecológica do Seridó-RN,
utilizando 30 parcelas de 20
m x 10 m ,
como unidade amostral, encontraram o valor médio de 4.080 indivíduos.ha-1.
Tabela 1 – Relação
florística das espécies arbustivo-arbóreas do Município de Teixeira-PB
Família/Espécie
|
Nome Popular
|
Hábito
|
Anacardiaceae
|
||
Myracrodruon urundeuva Allemão
|
Aroeira
|
Arbóreo
|
Annonaceae
|
||
Rollinia leptopetala (R.E. Fries) Safford
|
Pinha brava
|
Arbustivo
|
Apocynaceae
|
||
Aspidosperma pyrifolium Mart.
|
Pereiro
|
Arbóreo
|
Aspidosperma ulei Markgr.
|
Pitiá
|
Arbóreo
|
Bignoniaceae
|
||
Tabebuia impetiginosa (Mart. ex DC.)
Stdl.
|
Pau d’arco
|
Arbóreo
|
Boraginaceae
|
||
Cordia leucocephala Moric.
|
Maria Preta
|
Arbóreo
|
Família/Espécie
|
Nome Popular
|
Hábito
|
Burseraceae
|
||
Commiphora leptophloeos (Mart.) J. B. Gillet
|
Imburana
|
Arbóreo
|
Caesalpiniaceae
|
||
Senna spectabilis (DC.) Irwin & Barneby
|
Canafístula
|
Arbóreo
|
Caesalpinia pyramidalis Tul.
|
Catingueira
|
Arbóreo
|
Hymenaea courbaril L.
|
Jatobá
|
Arbóreo
|
Caesalpinia ferrea Mart.
|
Jucá
|
Arbóreo
|
Bauhinia cheilantha (Bong.) Stand.
|
Mororó
|
Arbóreo
|
Capparaceae
|
||
Capparis flexuosa (L.) L
|
Feijão bravo
|
Arbustivo
|
Combretaceae
|
||
Combretum leprosum Mart.
|
Mofumbo
|
Arbustivo
|
Thiloa glaucocarpa (Mart.) Eichl.
|
Sipaúba
|
Arbóreo
|
Erythroxylaceae
|
||
Erythroxylum pauferrense T. Plowman
|
Coração de negro
|
Arbóreo
|
Euphorbiaceae
|
||
Sapium sp.
|
Burra leiteira
|
Arbóreo
|
Acalypha multicalis Müll. Arg.
|
Catinga branca
|
Arbóreo
|
Manihot glaziovii Müll. Arg.
|
Maniçoba
|
Arbóreo
|
Croton sonderianus Müll. Arg.
|
Marmeleiro
|
Arbóreo
|
Jatropha molissima Müll. Arg.
|
Pinhão
|
Arbustivo
|
Fabaceae
|
||
Pithecolobium polycephalum Benth.
|
Camundongo
|
Arbóreo
|
Aeschynomene rudis Benth.
|
Canafistulazinha
|
Arbustivo
|
Marchaerium cultratum Pittier
|
Espinho de Judeu
|
Arbóreo
|
Indeterminada
|
Pau de serrote
|
Arbóreo
|
Diplotropis purpurea (Rich.) Amsh.
|
Sucupira
|
Arbóreo
|
Lauraceae
|
||
Ocotea cymbarum H. B. K.
|
Louro
|
Arbóreo
|
Meliaceae
|
||
Cedrela fissilis Vell.
|
Cedro
|
Arbóreo
|
Mimosaceae
|
||
Hymenolobium cericeum Ducke
|
Angelim pedra
|
Arbóreo
|
Anadenanthera colubrina
|
Angico
|
Arbóreo
|
Acacia riparia kunth
|
Calumbi
|
Arbustivo
|
Acacia piauihenses Benth.
|
Espinheiro branco
|
Arbóreo
|
Mimosa malacocentra Mart.
|
Jiquiri
|
Arbóreo
|
Piptadenia stipulacea (Benth.) Ducke
|
Jurema branca
|
Arbóreo
|
Mimosa tenuiflora (Willd.) Poir
|
Jurema preta
|
Arbóreo
|
Mimosa ophthalmocentra Mart. ex Benth.
|
Jurema vermelha
|
arbóreo
|
Myrtaceae
|
||
Eugenia cearensis Berg.
|
Goiaba brava
|
Arbustivo
|
Nyctaginaceae
|
||
Guapira sp.
|
João mole
|
Arbóreo
|
Olaceae
|
||
Ximenia americana Linn.
|
Ameixa
|
Arbóreo
|
Rhamnaceae
|
||
Ziziphus joazeiro Mart.
|
Juazeiro
|
Arbóreo
|
Rubiaceae
|
||
Guettarda sericea Müll. Arg.
|
Esporão de galo
|
Arbustivo
|
Rutaceae
|
||
Zanthoxylum rhifolium
|
Limãozinho
|
Arbustivo
|
Sapindaceae
|
||
Talisia esculenta Radik
|
Pitombeira
|
Arbóreo
|
Sapotaceae
|
||
Brumelia sertorium Mart.
|
Quichabeira
|
Arbóreo
|
Verbenaceae
|
||
Lantana camara Linn.
|
Chumbinho
|
Arbustivo
|
Lippia gracillis Schauer.
|
Alecrim de serrote
|
Arbustivo
|
Silva (2005), estudando duas áreas de caatinga nos estados da Paraíba e
Rio Grande do Norte, constatou a presença de 22 e 23 espécies, pertencentes a
14 e 19 famílias, respectivamente. Realizando trabalho semelhante, em um
remanescente de caatinga no Seridó Paraibano, Fabriciante e Andrade (2007)
encontraram 22 espécies pertencentes a 8 famílias. Estudando uma área de caatinga
no Cariri paraibano, Andrade et al.
(2005) notificaram a presença de 16 espécies com 8 famílias.
Constata-se, portanto, que, apesar de ter sido utilizada uma área amostral
maior, no presente estudo, o número de indivíduos por unidade de área foi
menor. Porém, o número de espécies e famílias encontradas foi superior ao dos
demais trabalhos citados, podendo-se inferir que no município de Teixeira-PB, o
remanescente estudado encontra-se num estado mais avançado de estabelecimento
da regeneração, considerando-se que, no processo de sucessão ecológica, existe
a tendência do meio passar de menos para mais complexo (número de
espécies/famílias), com menor densidade por espécie (número de
indivíduos/espécies).
As famílias mais ricas em número de espécies arbustivo-arbóreas,
amostradas na vegetação do município de Teixeira-PB, foram Mimosaceae (8) Euphorbiaceae
(5), Caesalpinaceae (5) e Fabaceae (5), que contribuíram com 2.151, 1.278, 395 e
141 indivíduos respectivamente. Sendo as mais representativas, também em número
de indivíduos, representando, 43,8%, 26,0%, 8% e 2,9%, respectivamente, de
todos os indivíduos amostrados. As demais famílias contribuíram com duas ou uma
espécie, cada, e juntas representaram 50% do total de espécies da área de
estudo. Foram observadas algumas famílias como Fabaceae, Anacardiaceae,
Lauraceae, Erythroxylaceae, Apocynaceae, Capparaceae, Annonaceae, Boraginaceae,
Bignoniaceae, Nyctaginaceae, Combretaceae, Celastraceae, Burseraceae,
Verbenaceae, Olaceae, Meliaceae, Rhamnaceae, Rutaceae, Sapotaceae e
Sapindaceae, que contribuíram juntas com 22,2% do número de indivíduos
amostrados (Figura 7).
Figura 7 – Relação das
principais famílias botânicas com respectivos números de indivíduos, município
de Teixeira-PB
Em trabalho realizado sobre composição florística em uma área de caatinga
no semi-árido paraibano, Araújo (2007) encontrou as mesmas três famílias
botânicas, só que em ordem diferente, também contribuindo com o maior número de
espécies. Esses resultados também confirmam as observações de Lacerda et al.
(2007), que constataram essas três famílias como sendo as que apresentaram o
maior número de espécies em estudo realizado na caatinga do município de
Taperoá-PB. Também, em um trabalho realizado em uma catinga arbórea em
regeneração no Ceará, Braga e Cavalcante (2007) observaram a família Mimosaceae
como sendo a mais rica em número de indivíduos, seguida por Caesalpinaceae e
Anacardinaceae.
Calixto Júnior et al. (2009),
em um fragmento de caatinga no sertão pernambucano, encontraram as famílias
Mimosaceae e Euphorbiaceae apresentando maior número de espécies, o que
confirma que estas famílias são as mais representativas em ambientes de
caatinga.
Com relação ao número de indivíduos amostrados, o C. sonderianus respondeu por 36,04%, M. tenuiflora, 10,47%, P.
glaziovii, 5,84% e P. stipulacea
5,52% (Figura 8). Em estudo realizado na Estação Ecológica do Seridó-RN,
Santana e Souto (2006) encontraram resultado semelhante, em que C. sonderianus foi a espécie com maior
número de indivíduos, e consequentemente, a maior densidade relativa (26,18%).
Espécies como C. fissilis, A. piauhiensis,
C. ferrea ocorreram apenas em uma parcela cada; Z. rhifolium e T. glaucocarpa,
em duas parcelas, todas localizadas em áreas de serras com difícil acesso, fato
que torna a vegetação destes locais com alto grau de preservação, assim como H. cericeum e B. sertorium, o que corrobora com Trovão et al. (2009), que relatam que áreas serranas guardam uma
representativa parcela dos resquícios vegetacionais.
Figura 8 – Porcentagem de espécies observadas,
município de Teixeira (PB)
A espécie A. pyrifolium foi
observada apenas em altitudes inferiores a 332m, região de limite com o vale do
Espinharas, onde esta espécie é encontrada com maior frequência, não sendo
observada nas parcelas de maior altitude.
Com relação à presença de C.
sonderianus, foram encontrados por Souza (2009), em uma análise de um
fragmento de caatinga no açude Jatobá, na região de Patos-PB, assim como
Pinheiro e Alves (2007), estudando espécies arbóreas de uma área de Caatinga no
sertão Pernambucano, evidenciando que áreas com grande ocorrência desta espécie
está relacionada com perturbações, pois esta espécie é sugerida como
colonizadora de ambientes antropizados.
O índice de diversidade de Shannon-Weaver (H’), para a área estudada, foi
de 2,69; o coeficiente de mistura de Jentsch (QM) foi de 1:104,49; o índice de
dominância de Simpson (1-C), 0,99; e a equabilidade de Pielou (J), 0,70 (Tabela
2).
Os valores de QM, H’ e 1-C foram superiores aos encontrados por Silva
(2005) em áreas de caatinga na Estação Ecológica do Seridó (ESEC Seridó), no
município de Serra Negra do Norte-RN e na Fazenda Oriente, município de Condado-PB,
que foram de 1:73,22 e 1:75,27, 2,24 e 2,45, e 0,86 e 0,88, respectivamente. No
entanto, o índice de equabilidade de Pielou foi semelhante: 0,71 e 0,72 nas
duas áreas estudadas.
Tabela 2 – Índices de diversidade florística,
município de Teixeira-PB
Índices de Diversidade
|
|
Coeficiente de
mistura de Jentsch (QM)
|
1:104,49
|
Índice de Shannon-Weaver (H’)
|
2,69
|
Índice de
dominância de Simpson (1-C)
|
0,99
|
Equabilidade
de Pielou (J)
|
0,70
|
4.1.2 Estrutura horizontal
As espécies que mais contribuíram com número de indivíduos foram: C. sonderianus, com 1.770 indivíduos
(1.106 indivíduos.ha-1); M.
tenuiflora, com 514 (321 indivíduos.ha-1); M. glaziovii, com 287 (179 indivíduos.ha-1); P. stipulacea, com 271 (59
indivíduos.ha-1); M.
ophthalmocentra, com 202 (126 indivíduos.ha-1); H. cericeum, com 171 (107 indivíduos.ha-1); M. urundeuva, com 153 (95 indivíduos.ha-1); S. spectabillis, com 115 (72
indivíduos.ha-1); B.
cheilantha, com 113 (71 indivíduos.ha-1) e C. pyramidalis, com 100 (62 indivíduos.ha-1) (Figura 9).
Andrade et al. (2005), em uma área de caatinga no cariri paraibano, observaram
a espécie C. sonderianus como a de maior
número de indivíduos, seguida de C.
pyramidalis, A. pyrifolium e J. mollissima. Silva (2005) também observou
o C. sonderianus com o maior número
de indivíduos em área de caatinga. Fabricante e Andrade (2007) encontraram
resultados semelhantes em um remanescente de caatinga no seridó paraibano,
sendo as espécies mais abundantes nesta área, observando 1.347,5 indivíduos.ha-1
de C. sonderianus.
Das espécies amostradas, o C.
sonderianus ocorreu em 92,5% das parcelas, ficando ausente apenas nos
locais de difícil acesso, onde a vegetação encontra-se preservada. Destas
espécies, algumas também apresentaram boa distribuição, na área de estudo, apresentando
frequência superior a 50%, como é o caso de P.
stipulacea, M. ophthalmocentra, M. glaziovii e M. tenuiflora, espécies estas que são consideradas pioneiras,
presentes em áreas que já foram degradadas e que se encontram em estágio médio
de regeneração (Figura 10).
Figura 9 – Espécies
com maior número de indivíduos presentes na área amostrada, município de
Teixeira-PB
Figura 10
– Porcentagem de espécies presentes nas parcelas de estudo da vegetação no
município de Teixeira-PB
As dez espécies com maior valor de importância (VI) no município de
Teixeira-PB foram: C. sonderianus, M. tenuiflora, P. stipulacea, M. glaziovii,
M. ophtalmocentra, M. urundeuva, A. colubrina, C. pyramidalis,
B. cheilantha e S. spectabilis (Tabela 3).
Em trabalho realizado em uma área de caatinga do seridó paraibano,
Fabricante e Andrade (2007) observaram a espécie Cnidosculus phyllacanthus (favela) com maior VI, seguidas de C. pyramidalis, C. sonderianus e J.
mollissima. Vale salientar que a espécie C. phylacanthus não se faz presente na vegetação estudada no
município de Teixeira-PB.
Essas espécies representaram 72,92% da densidade relativa (DR), 54,14 da
frequência relativa (FR), 72,97% da dominância relativa (DoR), 72,95% do valor
de cobertura (VC) e 67,02% do valor de importância (VI).
Os valores foram inferiores aos encontrados por Silva (2005) em duas
áreas de caatinga do Rio Grande do Norte e Paraíba.
Tabela 3 – Parâmetros
fitossociológicos das espécies amostradas no município de Teixeira-PB,
ordenadas pelo VI
Espécie
|
DA
|
DR
|
FA
|
FR
|
DoA
|
DoR
|
VC
|
VI
|
VI (%)
|
C. sonderianus
|
1106,250
|
36,04
|
92,50
|
9,27
|
2,050
|
26,45
|
62,487
|
71,760
|
23,92
|
M. tenuiflora
|
321,250
|
10,47
|
57,50
|
5,76
|
1,046
|
13,49
|
23,960
|
29,725
|
9,91
|
P. stipulacea
|
169,375
|
5,52
|
82,50
|
8,27
|
0,418
|
5,40
|
10,915
|
19,185
|
6,40
|
M. glaziovii
|
179,375
|
5,84
|
62,50
|
6,27
|
0,539
|
6,96
|
12,803
|
19,069
|
6,36
|
M. ophthalmocentra
|
126,250
|
4,11
|
65,00
|
6,52
|
0,255
|
3,29
|
7,408
|
13,924
|
4,64
|
M. urundeuva
|
95,625
|
3,12
|
50,00
|
5,01
|
0,437
|
5,64
|
8,757
|
13,769
|
4,59
|
A. colubrina
|
35,000
|
1,14
|
25,00
|
2,51
|
0,440
|
5,68
|
6,823
|
9,329
|
3,11
|
C. pyramidalis
|
62,500
|
2,04
|
47,50
|
4,76
|
0,141
|
1,82
|
3,860
|
8,622
|
2,87
|
B. cheilantha
|
70,625
|
2,30
|
45,00
|
4,51
|
0,107
|
1,37
|
3,675
|
8,186
|
2,73
|
S. spectabilis
|
71,875
|
2,34
|
22,50
|
2,26
|
0,222
|
2,87
|
5,209
|
7,464
|
2,49
|
C. flexuosa
|
51,250
|
1,67
|
37,50
|
3,76
|
0,106
|
1,37
|
3,041
|
6,801
|
2,27
|
O. cymbarum
|
61,875
|
2,02
|
30,00
|
3,01
|
0,115
|
1,48
|
3,496
|
6,504
|
2,17
|
H. cericeum
|
100,625
|
3,28
|
2,50
|
0,25
|
0,201
|
2,59
|
5,866
|
6,117
|
2,04
|
H. courbaril
|
41,250
|
1,34
|
7,50
|
0,75
|
0,242
|
3,12
|
4,463
|
5,215
|
1,74
|
E. pauferrense
|
58,125
|
1,89
|
12,50
|
1,25
|
0,158
|
2,04
|
3,935
|
5,188
|
1,73
|
A. multicalis
|
44,375
|
1,45
|
20,00
|
2,01
|
0,083
|
1,07
|
2,516
|
4,521
|
1,51
|
C. leptophloeos
|
11,875
|
0,39
|
25,00
|
2,51
|
0,094
|
1,22
|
1,605
|
4,112
|
1,37
|
M. cultratum
|
48,125
|
1,57
|
10,00
|
1,00
|
0,103
|
1,33
|
2,900
|
3,903
|
1,30
|
C. leucocephala
|
21,250
|
0,69
|
27,50
|
2,76
|
0,033
|
0,42
|
1,114
|
3,871
|
1,29
|
T. impetiginosa
|
20,625
|
0,67
|
12,50
|
1,25
|
0,133
|
1,72
|
2,390
|
3,644
|
1,21
|
Guapira sp.
|
19,375
|
0,63
|
22,50
|
2,26
|
0,053
|
0,68
|
1,309
|
3,564
|
1,19
|
R. leptopetala
|
36,250
|
1,18
|
15,00
|
1,50
|
0,063
|
0,81
|
1,992
|
3,495
|
1,17
|
A. ulei
|
32,500
|
1,06
|
17,50
|
1,75
|
0,049
|
0,63
|
1,687
|
3,442
|
1,15
|
Desconhecida
|
28,125
|
0,92
|
17,50
|
1,75
|
0,051
|
0,65
|
1,570
|
3,324
|
1,11
|
D. guianensis
|
33,125
|
1,08
|
12,50
|
1,25
|
0,077
|
1,00
|
2,079
|
3,332
|
1,11
|
L. camara
|
10,625
|
0,35
|
25,00
|
2,51
|
0,015
|
0,19
|
0,535
|
3,041
|
1,01
|
Indeterminada
|
15,625
|
0,51
|
20,00
|
2,01
|
0,028
|
0,36
|
0,870
|
2,875
|
0,96
|
J. molissima
|
10,000
|
0,33
|
20,00
|
2,01
|
0,022
|
0,29
|
0,613
|
2,618
|
0,87
|
A. riparia
|
29,375
|
0,96
|
10,00
|
1,00
|
0,044
|
0,57
|
1,525
|
2,528
|
0,84
|
M. malacocentra
|
15,625
|
0,51
|
12,50
|
1,25
|
0,047
|
0,60
|
1,113
|
2,366
|
0,79
|
A. rudis
|
23,125
|
0,75
|
10,00
|
1,00
|
0,042
|
0,54
|
1,290
|
2,292
|
0,76
|
C. leprosum
|
18,750
|
0,61
|
7,50
|
0,75
|
0,042
|
0,54
|
1,148
|
1,900
|
0,63
|
A. pyrifolium
|
20,625
|
0,67
|
2,50
|
0,25
|
0,075
|
0,97
|
1,640
|
1,891
|
0,63
|
P. polycephalum
|
16,250
|
0,53
|
7,50
|
0,75
|
0,034
|
0,44
|
0,970
|
1,722
|
0,57
|
X. americana
|
7,500
|
0,24
|
12,50
|
1,25
|
0,012
|
0,16
|
0,403
|
1,656
|
0,55
|
T. glaucocarpa
|
18,125
|
0,59
|
5,00
|
0,50
|
0,033
|
0,43
|
1,022
|
1,523
|
0,51
|
C. fissilis
|
6,250
|
0,20
|
2,50
|
0,25
|
0,081
|
1,04
|
1,245
|
1,495
|
0,50
|
E. cearensis
|
10,625
|
0,35
|
7,50
|
0,75
|
0,015
|
0,19
|
0,539
|
1,290
|
0,43
|
Z. joazeiro
|
5,625
|
0,18
|
7,50
|
0,75
|
0,016
|
0,21
|
0,391
|
1,143
|
0,38
|
Sapium sp.
|
5,000
|
0,16
|
7,50
|
0,75
|
0,009
|
0,11
|
0,278
|
1,030
|
0,34
|
Z. rhifolium
|
4,375
|
0,14
|
5,00
|
0,50
|
0,010
|
0,13
|
0,274
|
0,776
|
0,26
|
A. piaihienses
|
1,250
|
0,04
|
2,50
|
0,25
|
0,002
|
0,03
|
0,069
|
0,319
|
0,11
|
L. gracillis
|
1,250
|
0,04
|
2,50
|
0,25
|
0,003
|
0,03
|
0,075
|
0,325
|
0,11
|
T. esculenta
|
0,625
|
0,02
|
2,50
|
0,25
|
0,002
|
0,03
|
0,050
|
0,301
|
0,10
|
B. sertorium
|
0,625
|
0,02
|
2,50
|
0,25
|
0,001
|
0,02
|
0,036
|
0,286
|
0,10
|
G. sericea
|
0,625
|
0,02
|
2,50
|
0,25
|
0,001
|
0,01
|
0,028
|
0,279
|
0,09
|
C. ferrea
|
0,625
|
0,02
|
2,50
|
0,25
|
0,000
|
0,01
|
0,027
|
0,277
|
0,09
|
Total
|
3069,375
|
100,00
|
997,50
|
100,00
|
7,750
|
100,00
|
200,000
|
300,000
|
100,00
|
DA
= densidade absoluta, DR = densidade relativa, FA = frequência absoluta, FR =
frequência relativa, DoA = dominância absoluta, DoR = dominância relativa, VC =
valor de cobertura, VI = valor de importância e VI% = valor de importância em
porcentagem
4.1.3 Estrutura vertical
A análise da estrutura vertical considerou a posição sociológica das
espécies, tendo sido a população classificada em três estratos de altura (H):
inferior (H < 4,05), médio (4,05 ≤ H < 6,16) e
superior (H ≥ 6,16) (Tabela 4).
Tabela 4 – Número de
árvores por espécie por estrato de altura (H) em metros, por PSA (Posição
social absoluta) e por PSR (Posição social relativa), município de Teixeira-PB
ESPÉCIES
|
H < 4,05
|
4,05 ≤ H < 6,16
|
H ≥ 6,16
|
PSA
|
PSR
|
C.
sonderianus
|
382
|
1192
|
196
|
93372
|
34,89
|
M.
tenuiflora
|
107
|
393
|
14
|
29878
|
11,17
|
P.
stipulacea
|
24
|
224
|
23
|
16520
|
6,17
|
M.
glaziovii
|
29
|
217
|
41
|
16317
|
6,1
|
M.
ophthalmocentra
|
65
|
135
|
2
|
10748
|
4,02
|
H.
cericeum
|
1
|
120
|
40
|
8940,3
|
3,34
|
S.
spectabilis
|
13
|
99
|
3
|
7265,8
|
2,72
|
M.
urundeuva
|
7
|
72
|
74
|
6034,9
|
2,26
|
B.
cheilantha
|
29
|
77
|
7
|
6047,9
|
2,26
|
E.
pauferrense
|
10
|
79
|
4
|
5808,9
|
2,17
|
C.
pyramidalis
|
24
|
69
|
7
|
5391,3
|
2,01
|
O.
cymbarum
|
7
|
70
|
22
|
5317,6
|
1,99
|
M.
cultratum
|
0
|
72
|
5
|
5142,7
|
1,92
|
C.
flexuosa
|
22
|
60
|
0
|
4641,3
|
1,73
|
A.
multicalis
|
12
|
56
|
3
|
4209,2
|
1,57
|
R.
leptopetala
|
8
|
50
|
0
|
3679
|
1,37
|
H.
courbaril
|
4
|
48
|
14
|
3619,7
|
1,35
|
A.
ulei
|
10
|
41
|
1
|
3090,7
|
1,16
|
D.
guianensis
|
12
|
41
|
0
|
3116,2
|
1,16
|
A.
riparia
|
10
|
37
|
0
|
2797
|
1,05
|
Desconhecida
|
8
|
36
|
1
|
2700,9
|
1,01
|
C.
leprosum
|
2
|
27
|
1
|
1955,4
|
0,73
|
C.
leucocephala
|
8
|
22
|
4
|
1744,9
|
0,65
|
A.
colubrina
|
4
|
18
|
34
|
1721,5
|
0,64
|
Guapira
sp.
|
9
|
22
|
0
|
1718,9
|
0,64
|
Indeterminada
|
3
|
20
|
2
|
1490,1
|
0,56
|
T.
glaucocarpa
|
6
|
19
|
4
|
1496,4
|
0,56
|
P.
polycephalum
|
0
|
20
|
6
|
1479,6
|
0,55
|
M.
malacocentra
|
2
|
19
|
4
|
1423,3
|
0,53
|
T.
impetiginosa
|
3
|
16
|
14
|
1340,4
|
0,5
|
A.
pyrifolium
|
20
|
13
|
0
|
1283,9
|
0,48
|
C.
leptophloeos
|
2
|
14
|
3
|
1059
|
0,4
|
L.
camara
|
3
|
14
|
0
|
1044
|
0,39
|
E.
cearensis
|
3
|
14
|
0
|
1044
|
0,39
|
A.
rudis
|
34
|
3
|
0
|
832,99
|
0,31
|
J.
molissima
|
7
|
9
|
0
|
763,78
|
0,29
|
X.
americana
|
2
|
10
|
0
|
743,11
|
0,28
|
Z.
joazeiro
|
0
|
8
|
1
|
576,34
|
0,22
|
Sapium
sp.
|
2
|
4
|
2
|
341,32
|
0,13
|
Z.
rhifolium
|
0
|
4
|
3
|
315,86
|
0,12
|
C.
fissilis
|
0
|
1
|
9
|
170,35
|
0,06
|
A.
piaihienses
|
0
|
2
|
0
|
141,32
|
0,05
|
G.
sericea
|
0
|
1
|
0
|
70,66
|
0,03
|
T.
esculenta
|
0
|
1
|
0
|
70,66
|
0,03
|
B.
sertorium
|
0
|
1
|
0
|
70,66
|
0,03
|
L.
gracillis
|
2
|
0
|
0
|
36,53
|
0,01
|
C.
ferrea
|
1
|
0
|
0
|
18,27
|
0,01
|
TOTAL
|
897
|
3470
|
544
|
267592
|
100,00
|
A maioria dos indivíduos foram representadas no estrato médio (4,05 ≤ H < 6,16), com 3.740 indivíduos, 897 no
estrato inferior (H < 4,05) e 544 no
estrato superior (H ≥ 6,16). A altura mínima observada foi de 2 m , a máxima foi de 10,5 m e a altura média foi de
5,0 m .
As espécies que apresentaram maior número de
indivíduos com altura superior a 6,16
m foram M.
urundeuva, A. colubrina, T. impetiginosa e C. fissilis (Figura 11).
Figura 11 – Indivíduos amostrados com altura igual ou superior a 10m de
altura, na vegetação do município de Teixeira-PB (LEITE, J.A.N., 2009)
A altura média da vegetação amostrada no
município de Teixeira-PB foi inferior à encontrada por Braga e Cavalcante
(2007), em um fragmento de caatinga arbórea em regeneração no Ceará, que foi de
7,73 m .
A altura média de 5,0 m
foi fortemente influenciada pelo grande número de indivíduos de C. sonderianus, que apresentou uma
grande frequência no estrato 4,05 e 6,16 m de altura, em um total de 1.192, o
equivalente a 745 indivíduos .ha-1.
Rodal et
al. (2008), analisando a estrutura de caatinga do sertão central de
Pernambuco, encontraram um valor médio para altura de 2,37 m , inferior ao do
presente estudo, porém com uma altura máxima de 12 m .
4.1.4 Distribuição da área basal
A área basal estimada foi de 7,75 m2 .ha-1 (Tabela 5).
As espécies que apresentaram maior área basal foram C. sonderianus, M. tenuiflora, M. glaziovii, A. colubrina, M.
urundeuva, P. stipulacea, M. ophthalmocentra e H.
courbaril, S. spectabilis e H. cericeum (Figura 12). O
valor encontrado para a área basal foi superior ao observado Rodal et al. (1998), em um componente lenhoso
de um refúgio vegetacional no município de Buíque-PE, que foi de 6,07 m2 .h-1
e semelhante ao valor observado por Silva (2005), na ESEC Seridó, que foi de 7,80 m2 .ha-1.
Tabela 5 – Distribuição da área basal
por espécie, município de Teixeira-PB
ESPÉCIES
|
N
|
AB (m2)
|
AB (m2.ha-1)
|
C. sonderianus
|
1770
|
3,2793
|
2,0496
|
M. tenuiflora
|
514
|
1,6733
|
1,0458
|
P. stipulacea
|
287
|
0,8630
|
0,5394
|
M. glaziovii
|
56
|
0,7047
|
0,4404
|
M. ophthalmocentra
|
153
|
0,6996
|
0,4373
|
H. cericeum
|
271
|
0,6692
|
0,4183
|
S. spectabilis
|
202
|
0,4086
|
0,2554
|
M. urundeuva
|
66
|
0,3868
|
0,2418
|
B. cheilantha
|
115
|
0,3555
|
0,2222
|
E. pauferrense
|
161
|
0,3209
|
0,2006
|
C. pyramidalis
|
93
|
0,2531
|
0,1582
|
O. cymbarum
|
100
|
0,2261
|
0,1413
|
M. cultratum
|
33
|
0,2131
|
0,1332
|
C. flexuosa
|
99
|
0,1836
|
0,1148
|
A. multicalis
|
113
|
0,1704
|
0,1065
|
R. leptopetala
|
82
|
0,1701
|
0,1063
|
H. courbaril
|
77
|
0,1652
|
0,1033
|
A. ulei
|
19
|
0,1511
|
0,0944
|
D. guianensis
|
71
|
0,1327
|
0,0829
|
A. riparia
|
10
|
0,1291
|
0,0807
|
Desconhecida
|
53
|
0,1240
|
0,0775
|
C. leprosum
|
33
|
0,1201
|
0,0751
|
C. leucocephala
|
58
|
0,1005
|
0,0628
|
A. colubrina
|
31
|
0,0840
|
0,0525
|
Guapira sp.
|
45
|
0,0810
|
0,0506
|
Indeterminada
|
52
|
0,0779
|
0,0487
|
T. glaucocarpa
|
25
|
0,0749
|
0,0468
|
P. polycephalum
|
47
|
0,0704
|
0,0440
|
M. malacocentra
|
30
|
0,0666
|
0,0416
|
T. impetiginosa
|
37
|
0,0665
|
0,0416
|
A. pyrifolium
|
26
|
0,0547
|
0,0342
|
C. leptophloeos
|
29
|
0,0535
|
0,0334
|
L. camara
|
34
|
0,0522
|
0,0326
|
E. cearensis
|
25
|
0,0447
|
0,0279
|
A. rudis
|
16
|
0,0356
|
0,0223
|
J. molissima
|
9
|
0,0258
|
0,0161
|
X. americana
|
17
|
0,0239
|
0,0149
|
Z. joazeiro
|
17
|
0,0234
|
0,0146
|
Sapium sp.
|
12
|
0,0197
|
0,0123
|
Z. rhifolium
|
7
|
0,0163
|
0,0102
|
C. fissilis
|
8
|
0,0142
|
0,0089
|
A. piaihienses
|
2
|
0,0042
|
0,0026
|
G. sericea
|
1
|
0,0037
|
0,0023
|
T. esculenta
|
2
|
0,0035
|
0,0022
|
B. sertorium
|
1
|
0,0019
|
0,0012
|
L. gracillis
|
1
|
0,0010
|
0,0006
|
C. ferrea
|
1
|
0,0008
|
0,0005
|
TOTAL
|
4911
|
12,4010
|
7,7503
|
N = número de indivíduos amostrados em
40 parcelas; AB = área basal
As espécies que apresentaram menor área basal foram B. sertorium, com 0,012 m2 .ha-1, G . sericea, 0,0006 m2 .ha-1
e C. ferrea, 0,005 m2 .ha-1
(Figura 12).
Figura 12 –
Espécies com maior dominância, em estudo da vegetação no município de Teixeira-PB
4.1.5 Distribuição volumétrica
O volume cilíndrico total estimado foi de 44,89 m3 .ha-1,
o que equivale a um volume real de 40,4 m3 .ha-1 e a um volume
estéreo de 137,37 st .ha-1,
sendo que o maior volume encontrado foi para a classe: diamétrica entre 3,0 e 6,0 cm (17,3294 m3 .ha-1),
decrescendo de acordo com o aumento das classes diamétricas. Vale salientar que,
na classe de 24,0 a
27,0 cm, não foi observado nenhum indivíduo (Tabela 6).
O valor obtido para volume total foi superior aos observados por Silva
(2005), que encontrou 22,95
m3 .ha-1 e 32,73m3.ha-1,
na ESEC Seridó, Serra Negra do Norte-RN e Fazenda Oriente, Condado-PB,
respectivamente.
Rodal et al. (1998), em um refúgio vegetacional no município de Buíque (PE),
encontraram resultados semelhantes para distribuição diamétrica, observando que
ocorreu a maior concentração de indivíduos na classe de 3 a 6 cm de diâmetro.
O maior diâmetro observado foi de 32 cm , em um indivíduo de T. impetiginosa, com 9,0 m de altura. Araújo
(2007) encontrou, como diâmetro máximo, 68 cm , em um indivíduo de A. macrocarpa, que estava
morto e a altura máxima observada foi de 10,5 m , em um indivíduo de Hymenaea courbaril.
Tabela 6 – Distribuição
volumétrica por classe de diâmetro e por hectare, município de Teixeira-PB
Centro de classes de DAP (cm)
|
Volume cilíndrico
(m3.ha-1)
|
Volume real
(m3.ha-1)
|
Volume estéreo
(st.ha-1)
|
3,0
|– 6,0
|
17,3294
|
15,5965
|
53,0280
|
6,0
|– 9,0
|
12,0687
|
10,8618
|
36,9302
|
9,0
|– 12,0
|
5,2880
|
4,7592
|
16,1813
|
12,0
|– 15,0
|
3,0874
|
2,7787
|
9,4474
|
15,0
|– 18,0
|
2,1279
|
1,9151
|
6,5114
|
18,0
|– 21,0
|
0,9280
|
0,8352
|
2,8397
|
21,0
|– 24,0
|
2,5585
|
2,3027
|
7,8290
|
24,0
|– 27,0
|
0,0000
|
0,0000
|
0,0000
|
27,0
|– 30,0
|
0,7024
|
0,6322
|
2,1493
|
30,0
|– 33,0
|
0,8022
|
0,7220
|
2,4547
|
Total
|
44,8925
|
40,4033
|
137,3711
|
As espécies que apresentaram maior volume foram C. sonderianus, por ser a espécie com maior frequência de
indivíduos, seguida por M. tenuiflora, A.
colubrina, M. urundeuva, M. glaziovii, P. stipulacea, H. courbaril, S.
spectabilis, H. cericeum e M.
ophthalmocentra (Figura 13 e Tabela 7).
Figura 13 – Espécies que apresentaram
maiores volumes, município de Teixeira-PB
Tabela 7 – Distribuição
volumétrica por espécie e por hectare, município de Teixeira-PB.
Espécie
|
N
|
VT (m3)
|
VT (m3.ha-1)
|
C. sonderianus
|
1770
|
17,3322
|
10,8326
|
M. tenuiflora
|
514
|
8,8384
|
5,5240
|
A. colubrina
|
56
|
6,0107
|
3,7567
|
M. urundeuva
|
153
|
5,3431
|
3,3394
|
M. glaziovii
|
287
|
4,7822
|
2,9889
|
P. stipulacea
|
271
|
3,6243
|
2,2652
|
H. courbaril
|
66
|
3,0280
|
1,8925
|
S. spectabilis
|
115
|
2,1412
|
1,3383
|
H. cericeum
|
161
|
1,9610
|
1,2256
|
M. ophthalmocentra
|
202
|
1,9489
|
1,2181
|
T. impetiginosa
|
33
|
1,6534
|
1,0334
|
E. pauferrense
|
93
|
1,4044
|
0,8778
|
C. pyramidalis
|
100
|
1,2350
|
0,7719
|
C. fissilis
|
10
|
1,1375
|
0,7109
|
O. cymbarum
|
99
|
1,0572
|
0,6608
|
M. cultratum
|
77
|
0,8943
|
0,5589
|
C. leptophloeos
|
19
|
0,8672
|
0,5420
|
B. cheilantha
|
113
|
0,8578
|
0,5361
|
C. flexuosa
|
82
|
0,7996
|
0,4998
|
A. multicalis
|
71
|
0,6737
|
0,4211
|
D. guianensis
|
53
|
0,6304
|
0,3940
|
A. pyrifolium
|
33
|
0,5066
|
0,3166
|
R. leptopetala
|
58
|
0,4898
|
0,3061
|
Guapira sp.
|
31
|
0,4357
|
0,2723
|
M. malacocentra
|
25
|
0,4283
|
0,2677
|
Desconhecida
|
45
|
0,4034
|
0,2521
|
A. ulei
|
52
|
0,3834
|
0,2396
|
C. leprosum
|
30
|
0,3563
|
0,2227
|
A. riparia
|
47
|
0,3352
|
0,2095
|
P. polycephalum
|
26
|
0,3175
|
0,1984
|
T. glaucocarpa
|
29
|
0,2910
|
0,1819
|
C. leucocephala
|
34
|
0,2724
|
0,1703
|
A. rudis
|
37
|
0,2512
|
0,1570
|
Indeterminada
|
25
|
0,2340
|
0,1463
|
J. molissima
|
16
|
0,1558
|
0,0974
|
Z. joazeiro
|
9
|
0,1463
|
0,0914
|
E. cearensis
|
17
|
0,1210
|
0,0756
|
Z. rhifolium
|
7
|
0,1177
|
0,0736
|
L. camara
|
17
|
0,1135
|
0,0709
|
X. americana
|
12
|
0,0992
|
0,0620
|
Sapium sp.
|
8
|
0,0763
|
0,0477
|
T. esculenta
|
1
|
0,0202
|
0,0126
|
A. piaihienses
|
2
|
0,0176
|
0,0110
|
L. gracillis
|
2
|
0,0169
|
0,0106
|
B. sertorium
|
1
|
0,0105
|
0,0066
|
G. sericea
|
1
|
0,0043
|
0,0027
|
C. ferrea
|
1
|
0,0032
|
0,0020
|
TOTAL
|
4911
|
71,8279
|
44,8925
|
N = número de indivíduos amostrados
em 40 parcelas; VT = volume total
4.2 Avaliação qualitativa
4.2.1 Vitalidade das espécies
Do total de indivíduos amostrados, 92,1% foram sadios, 5,9% mortos e 2,0%
doentes (Figura 14).
Foi observado um número de 293 indivíduos mortos, representando 5,9% do
total de indivíduos amostrados nas 40 parcelas, o que corresponde a 183
indivíduos mortos.ha-1. O
maior número de indivíduos mortos foi encontrado para C.
sonderianus, que respondeu por 27,3%, seguido de M. ophthalmocentra, 23,2%, P. stipulacea, com 13,9% e M.
tenuiflora, com 8,2% (Figura 15).
Como estas espécies são consideradas colonizadoras primárias em processos
secundários (CALIXTO JÚNIOR et al.,
2009), a presença destes indivíduos mortos representa um forte indício de que a
vegetação destas áreas está passando por estágio de sucessão ecológica.
Figura 14 – Porcentagem de
indivíduos sadios, mortos e doentes, em estudo da vegetação no município de
Teixeira-PB
Figura 15 – Porcentagem de
indivíduos mortos por espécie, na vegetação arbustivo-arbórea no município de
Teixeira-PB
4.2.2 Qualidade do fuste
Os fustes da maioria das espécies observadas eram retos e sem
bifurcações, representando 50% de todos os indivíduos. Isto se confirma pela
grande quantidade de C. sonderianus,
que tem a tendência de apresentar o fuste com estas características (Figura 16).
|
|
Figura 16: Qualidade do
fuste: A = reto e B = com bifurcações, de indivíduos arbustivo-arbóreos, na
caatinga do município de Teixeira-PB (LEITE,
J.A.N., 2009)
Espécies com fustes tortos e com bifurcações representaram 35,2% dos
indivíduos, destacando-se as espécies M.
ophthalmocentra, P. stipulacea e M.
tenuiflora, que apresentam tendências naturais a bifurcações.
Apenas 14,8% dos indivíduos apresentaram fustes ligeiramente tortos ou
pouco defeituosos e sem bifurcações (Figura 17).
Figura 17 – Ditribuição
percentual dos indivíduos por qualidade do fuste na vegetação arbustivo-arbórea
no município de Teixeira-PB
4.2.3 Padrão
de distribuição dos parâmetros número de indivíduos, área basal e volume
A conservação da vegetação está diretamente relacionada com a ocupação
das terras. Assim, regiões localizadas em áreas de difícil acesso, como serras,
apresentam uma maior tendência de preservação das espécies da fauna e flora ali
presentes. Entretanto, no município de Teixeira-PB, mesmo locais como estes, no
passado, foram utilizados para o cultivo do agave, encontrando-se atualmente em
processo de recuperação.
Com relação à distribuição de indivíduos nas parcelas alocadas no
município, as que apresentaram maior número de indivíduos estão presentes em
áreas de difícil acesso (parcelas 7, 15 e 26), localizadas em áreas de serra, e
em áreas que se encontram em estágio de recuperação, devido à ação antrópica,
para o cultivo de culturas de subsistências (parcelas 9, 10 13, 29, 32 e 33) e com
vestígios da cultura do agave (parcelas 9, 10, e 15) (Figuras 18 e 19).
Figura 18 –
Parcelas que apresentaram os maiores valores de número de indivíduos, município
de Teixeira-PB
Figura 19 –
Imagem digital com as parcelas que apresentaram os maiores valores de número de
indivíduos, município de Teixeira-PB
No que se refere à área basal, os maiores valores foram observados em
parcelas de difícil acesso, apresentando um alto índice de preservação
(parcelas 3, 7 e 15) (Figuras 20 e 21).
Os valores volumétricos observados por parcela corroboram com os
encontrados para a área basal, ou seja, encontram-se em parcelas de difícil
acesso (parcelas 2, 3, 7 e 20), com alto índice de preservação (Figuras 22 e 23).
Figura 20:
Parcelas que apresentaram os maiores valores de área basal, município de
Teixeira-PB
Figura 21 – Imagem digital
das parcelas que apresentaram os maiores valores de área basal, município de
Teixeira-PB
Figura 22 – Parcelas que
apresentaram os maiores valores de volume cilíndrico, município de Teixeira-PB
Figura 23 – Imagem digital
das parcelas que apresentaram os maiores valores de volume cilíndrico,
município de Teixeira-PB
4.2.4 Padrão de distribuição dos indivíduos
Com relação ao padrão de distribuição dos indivíduos das espécies, a
maioria mostrou-se como agregada, como as espécies H. cericeum, A. pyrifolium,
H. courbaril e M. cultratum, apresentando os maiores índices IGA: 158,98, 32,59,
21,16 e 18,27, respectivamente. Espécies como M. tenuiflora, C. sonderianus, M. glaziovii e B.
cheilantha também se encontraram agrupadas.
As espécies L. gracillis, A. piauihiensis, C. leptopholeos e L. camara
apresentaram tendência ao agrupamento, com índices de 1,97, 1,97, 1,65 e 1,48,
respectivamente, enquanto que as espécies G.
sericea e C. ferrea, ambas com
índices 0,99, foram as únicas que tiveram distribuição uniforme (Tabela 8).
Lima (2009) encontrou resultados semelhantes para M. tenuiflora, C. sonderianus, M.
glaziovii e B. cheilantha, classificadas como agrupadas.
TABELA 8 – Classificação do
padrão de distribuição dos indivíduos das espécies pelo índice de agregação de
MacGuinnes (IGA)
Espécie
|
Ui
|
IGA
|
Classif. IGA
|
H. cericeum
|
1
|
158,98
|
Agregada
|
A.
pyrifolium
|
1
|
32,59
|
Agregada
|
H. courbaril
|
3
|
21,16
|
Agregada
|
M. cultratum
|
4
|
18,27
|
Agregada
|
E.
pauferrense
|
5
|
17,41
|
Agregada
|
C.
sonderianus
|
37
|
17,08
|
Agregada
|
M.
tenuiflora
|
23
|
15,02
|
Agregada
|
R.
leptopetala
|
12
|
14,92
|
Agregada
|
S.
spectabilis
|
9
|
11,28
|
Agregada
|
A. riparia
|
4
|
11,15
|
Agregada
|
C. fissilis
|
1
|
9,87
|
Agregada
|
C. leprosum
|
3
|
9,62
|
Agregada
|
A. rudis
|
4
|
8,78
|
Agregada
|
P.
polycephalum
|
3
|
8,34
|
Agregada
|
A.
multicalis
|
8
|
7,95
|
Agregada
|
M. glaziovii
|
25
|
7,32
|
Agregada
|
O. cymbarum
|
12
|
6,94
|
Agregada
|
T.
impetiginosa
|
5
|
6,18
|
Agregada
|
Desconhecida
|
7
|
5,85
|
Agregada
|
M. urundeuva
|
20
|
5,52
|
Agregada
|
E. cearensis
|
3
|
5,45
|
Agregada
|
A. colubrina
|
10
|
4,87
|
Agregada
|
M.
ophthalmocentra
|
26
|
4,81
|
Agregada
|
B.
cheilantha
|
18
|
4,73
|
Agregada
|
M. malacocentra
|
5
|
4,68
|
Agregada
|
C. flexuosa
|
15
|
4,36
|
Agregada
|
P.
stipulacea
|
33
|
3,89
|
Agregada
|
C.
pyramidalis
|
19
|
3,88
|
Agregada
|
Z. rhifolium
|
2
|
3,41
|
Agregada
|
Guapira sp.
|
9
|
3,04
|
Agregada
|
Z. joazeiro
|
3
|
2,89
|
Agregada
|
C.
leucocephala
|
11
|
2,64
|
Agregada
|
Sapium sp.
|
3
|
2,57
|
Agregada
|
X. americana
|
5
|
2,25
|
Agregada
|
L. gracillis
|
1
|
1,97
|
Tend. Agrup.
|
A.
piaihienses
|
1
|
1,97
|
Tend. Agrup.
|
C.
leptophloeos
|
10
|
1,65
|
Tend. Agrup.
|
L. camara
|
10
|
1,48
|
Tend. Agrup.
|
G. sericea
|
1
|
0,99
|
Uniforme
|
C. ferrea
|
1
|
0,99
|
Uniforme
|
Ui = número de unidades amostrais em que a
i-ésima espécie ocorre; IGA = índice de MacGuinnes; IGAi < 1:
distribuição uniforme; IGAi = 1: distribuição aleatória; 1 < IGAi
≤ 2: tendência ao agrupamento; IGAi > 2: distribuição agregada
5 CONCLUSÕES
Com
base nos dados levantados, teceram-se as seguintes conclusões:
O município de Teixeira tem como áreas mais preservadas as regiões
serranas, de difícil acesso.
As famílias que apresentaram maior número de indivíduos foram
Euphorbiaceae, Mimosaceae e Caesalpinaceae, sendo o Croton sonderianus a espécie com maior número de indivíduos,
ocorrendo, na maioria das parcelas, estando ausente apenas em áreas de difícil
acesso, seguido de Mimosa tenuiflora, Manihot glaziovii e Piptadenia stipulacea.
A espécie que mostrou o maior valor de importância foi o Croton sonderianus, seguido de Mimosa tenuiflora, Piptadenia stipulacea e Manihot
glaziovii.
O Croton sonderianus também foi
a espécie que obteve maior área basal, assim como maior volume, sendo que as
parcelas com maiores áreas basais se encontram em áreas de difícil acesso.
A maioria das espécies apresenta padrão de distribuição agregada, sendo
as espécies Hymenolobium cericeum, Aspidosperma pyrifolium, Hymenaea courbaril e Marchaerium cultratum as que
apresentaram maiores índices de agregação.
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